segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Questão de Pontuação


Todo mundo aceita que ao homem
cabe pontuar a própria vida:
que viva em ponto de exclamação
(dizem: tem alma dionisíaca);
viva em ponto de interrogação
(foi filosofia, ora é poesia);
viva equilibrando-se entre vírgulas
e sem pontuação (na política):
o homem só não aceita do homem
que use a só pontuação fatal:
que use, na frase que ele vive
o inevitável ponto final.

(João Cabral de Melo Neto)

E, mesmo tendo um início de ano bacana, a nivel pessoal, não devo, não posso e nem quero deixar de  pensar em tantos que tiveram inevitáveis pontos finais – não por escolha própria.

Não reaja. Não fuja. Não ultrapasse. Não beba. Não jogue lixo nas ruas e nos rios. Não desmate. Não construa em encostas. Não vote em quem nunca fez nada por sua comunidade. Vivemos pela cartilha do NÃO para podermos sobreviver um pouco mais no plano terreno.

Queria que todos os problemas do mundo fossem como o de Bruno que, após nadar nas águas claras de Arraial do Cabo me confidenciou: O lugar é bonito. A gente vê os peixinhos. Mas o grande problema é que os peixinhos ficam nos beliscando.

Ah Bruninho…! Eles beliscam, mas levo-os consigo para o resto de sua vida.

 

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