domingo, 20 de fevereiro de 2011

Briga de Marido Juiz e Esposa Advogada

Olá pessoas. Essa recebi por email.


Desajeitado, o magistrado Dr. Juílson tentava equilibrar em suas as mãos, a cuia, a térmica, um pacotinho de biscoitos, e uma pasta de documentos.

Com toda esta tralha, dirigir-se-ia para seu gabinete, mas ao dar meia volta deparou-se com sua esposa, a advogada Dra. Themis, que já o observava há sabe-se lá quantos minutos. O susto foi tal que cuia, erva e documentos foram ao chão. O juiz franziu o cenho e estava pronto para praguejar, quando observou que a testa da mulher era ainda mais franzida que a sua.

Por se tratarem de dois juristas experientes, não é estranho que o diálogo litigioso que se instaurava obedecesse aos mais altos padrões de erudição processual.

– Juílson! Eu não agüento mais essa sua inércia. Eu estou carente, carente de ação, entende?

– Carente de ação? Ora, você sabe muito bem que, para sair da inércia, o Juízo precisa ser provocado e você não me provoca, há anos. Já eu dificilmente inicio um processo sem que haja contestação.

– Claro, você preferia que o processo corresse à revelia. Mas não adianta, tem que haver o exame das preliminares, antes de entrar no mérito. E mais, com você o rito é sempre sumaríssimo, isso quando a lide não fica pendente... Daí é que a execução fica frustrada.

– Calma aí, agora você está apelando. Eu já disse que não quero acordar o apenso, no quarto ao lado. Já é muito difícil colocá-lo para dormir. Quanto ao rito sumaríssimo, é que eu prezo a economia processual e detesto a morosidade. Além disso, às vezes até uma cautelar pode ser satisfativa.

– Sim, mas pra isso é preciso que se usem alguns recursos especiais. Teus recursos são sempre desertos, por absoluta ausência de preparo.

– Ah, mas quando eu tento manejar o recurso extraordinário você sempre nega seguimento. Fala dos meus recursos, mas impugna todas as minhas tentativas de inovação processual. Isso quando não embarga a execução.

Mas existia um fundo de verdade nos argumentos da Dra. Themis. E o Dr. Juílson só se recusava a aceitar a culpa exclusiva pela crise do relacionamento. Por isso, complementou:

– Acho que o pedido procede, em parte, pois pelo que vejo existem culpas concorrentes. Já que ambos somos sucumbentes vamos nos dar por reciprocamente quitados e compor amigavelmente o litígio.

– Não posso. Agora existem terceiros interessados. E já houve a preclusão consumativa.

- Meu Deus! Mas de minha parte não havia sequer suspeição!

– Sim. Há muito que sua cognição não é exauriente. Aliás, nossa relação está extinta. Só vim pegar o apenso em carga e fazer remessa para a casa da minha mãe.

E ao ver a mulher bater a porta atrás de si, Dr. Juílson fica tentando compreender tudo o que havia acontecido. Após deliberar por alguns minutos, chegou a uma triste conclusão:

– E eu é que vou ter que pagar as custas...

sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

FELIZ 2011

O Tempo (Carlos Drummond de Andrade)

"Quem teve a ideia de cortar o tempo em fatias,
A que se deu o nome de ano,
Foi um indivíduo genial.

Industrializou a esperança,
Fazendo-a funcionar no limite da exaustão.

Doze meses dão para qualquer ser humano se cansar
e entregar os pontos.

Aí entra o milagre da renovação
E tudo começa outra vez, com outro número
E outra vontade de acreditar
Que daqui para diante tudo vai ser diferente.

Para você, desejo o sonho realizado,
O amor esperado,
A esperança renovada.

Para você, desejo todas as cores desta vida,
Todas as alegrias que puder sorrir,
Todas as músicas que puder emocionar.

Para você, neste novo ano,
Desejo que os amigos sejam mais cúmplices
Que sua família seja mais unida
Que sua vida seja mais bem vivida

Gostaria de lhe desejar tantas coisas...
Mas nada seria suficiente...

Então, desejo apenas que você tenha muitos desejos,
Desejos grandes.

E que eles possam mover você a cada minuto

Rumo a sua felicidade"

Em âmbito pessoal não tenho o que reclamar de 2010. Tive um ano simplesmente maravilhoso. Foi possivel? Sim, sabendo respeitar o "devido tempo" do tempo - acho que consegui chegar muito próximo do meu nirvana pessoal.

Em âmbito geral, pois não sou o umbigo do mundo, acho que temos muito a que aprender, crescer, respeitar o próximo em suas divergências e diferenças. Sermos mais humildes diante da mãe natureza.

2010 foi o ano dos vulcões, enchentes, tragédias, violência urbana, familias destroçadas, irresponsabilidade no trânsito, doenças inexplicáveis. E de repente o pais de mestiços se viu diante do espelho com suas feridas abertas ao reconhecer que fere e sangra ao encarar de frente o preconceito social, racial, sexual, de credo. E não foi a máxima da bestialidade, pois no fundo é bom sabermos quem somos e tentar descobrir para onde vamos.

Para tudo que 2012 ainda não chegou...

Mas querem saber? De alguma forma vale muito a pena continuar acreditando. Só não sei em que. (eu costumo acreditar no amanhecer....).

Bem, não passei aqui para falar do mundo ou de mim. De mim, na verdade, costumo construir meus 365 dias seguintes nos 365 dias anteriores. Então...deixa rolar!!

Mas para você quero dedicar esse video abaixo, o poema de Drumond acima. E apenas dizer: Tenha tempo para a criança que existe dentro de você. E seja muito feliz no Ano Novo que está prestes a bater na sua porta.

FELIZ ANO NOVO !!!


segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Apenas afogando o ganso

 

gansoNo meio de um expediente tranquilo ela senta do meu lado, fitamente me encara e diz: “Amiga”,  fazem meeeeses que não dou umazinha e estou num dilema terrivel. Conheci um cara que é louco para sair comigo, estou super a fim, mas o cara é casado. Não sei o que fazer.

POR ACASO EU TENHO CARA DE CONSULTORA SEXUAL?

“Que-ri-da”, se você está a fim de dar então dê…dê muito, dê até arder. O problema é seu e do seu organismo que anda gritando por sexo, sexo, sexo. Ahhh, mas o cara é casado. Então o problema dele, da mulher dele e de um bom advogado especializado em direito de familia se, ela tiver vergonha na cara em não concordar com as puladas de alcova do dignissimo safado.

- Simples assim?

Sim. Tão simples quanto fazer xixizinho matinal. Prá que carregar uma culpa que não deveria ser sua? O prazer é seu, o desejo é seu e o cara é apenas um instrumento que levará você ao orgasmo nirvânico.

- Sem romance?

Romance? E quem falou em romance, teatro, cinema, preliminares, flores, anel de noivado, lua de mel? Acorda mulher ! Você quer apenas quer dar: dar por dar…dar de forma egoisticamente dando. Você é solteira, bonita e está a fim de dar…é orgânico, não é sentimental. Então dê…

- Mas…

Olha, quando você começa a ficar ponderando isso ou aquilo é melhor nem fazer. Corre o risco de se apaixonar, de cobrar, de ficar esperando o telefone tocar e ai…o que era apenas uma trepadinha ocasional vai virar o inferno sexual de sua vida. Faça o seguinte: Não dê e fuja dele como o diabo foge da cruz !

- Você está certa.

A única coisa de certa nisso tudo é que você não sabe o que quer da vida. Quer trepar sem culpas? Faça o seguinte: contrate um garoto de programa. Tenho uma amiga que já usou desse artificio para satisfação pessoal.

- Excelente idéia!

Dã…péssima idéia” – Esqueci de dizer isso para ela.

 

 

sábado, 25 de dezembro de 2010

Wilson nosso de cada dia…

Wilson 2No rosto simbólico de Wilson, Chuck cria um mecanismo para comunicar-se e evitar desta forma a loucura. No fundo sabia que estava falando com uma bola de vôlei no entanto, sem ela seria arremessado no desespero da solidão e perderia a razão. Wilson é mais uma das formas que encontrou para lutar com um mundo inóspito para um civilizado, reacendendo desta maneira a esperança de reencontrar a amada um dia.
A bola em termos psicológicos é parte de seu próprio eu, sua consciência que o reprime nos pensamentos negativos e desejos obscuros. Wilson possibilitava ao mesmo tempo a comunicação intrapessoal e interpessoal do personagem, tão necessária para sua sobrevivência. (Eduardo Augusto Sabino, em O Naufrago e as Teorias da Comunicação)

 Wilson 

O único amigo de House é Wilson, seu oposto humano (embora também ótimo médico). Wilson vive em contato com seus sentimentos e – mais importante – com os sentimentos dos outros; não para desmascará-los e desmistificar a bondade alheia, como faz House, mas para oferecer consolo a quem precise. Dar conforto emocional é sua razão de existir, e por isso ele não vê grandes problemas em deixar cada um com suas crenças (ao contrário da intransigência cientificista do amigo); a paz interior pode ter prioridade sobre a verdade – mesmo porque muitos dos seus pacientes (ele é oncologista) têm apenas a morte pela frente, enquanto os de House costumam padecer de doenças curáveis. (Joel Pinheiro, da Revista Dicta e Contradicta)

E ai ? Qual Wilson você prefere?

Talvez o seu Wilson esteja na tela de um computador. Na pelada aos domingos. No copo de cerveja largado na mesa de um bar. No papo que não acrescenta nada para sua vida quando você está com aquelas amigas sem graça. Talvez Wilson esteja na próxima ligação que você vai receber, nas broncas do chefe, no bom dia do porteiro, naquela paquera virtual de um chat qualquer. Vai saber…

Ou não.

Talvez você seja o seu próprio Wilson. Vai entender…