Nas artes e na moda, estamos vivendo o tempo do "recordar é viver" dos anos 60, 70, 80. O que não é estranho, haja vista as últimas gerações não terem muita coisa de interessante para contar ou recordar. Nas artes, tudo o que reporta aos anos de sexo, drogas e muito rock n´roll misturado com água e açucar, vinis e saias balonês, virou moda. Mas está tudo muito caro...diferentemente daquela época. Já foram na loja da All Star em Buzios? Noooossa...só mesmo estourando o cartão de crédito. E na loja da Melissa? Vixi...é de doer os bolsos. Mas para mim, foi-se o tempo que usava sandalinhas de plásticos coloridas.
Ultimamente, estou lendo e relendo no ano de 2008, tudo o que rolou de interessante na arte, na cultura, na politica, na economia em 1968. Na verdade, para onde se olha, tem coisinhas de 1968. Pô, mas não vivi 1968. Eu nasci em 1968, o ano da ferveção mundial.
Acho que se tivesse vivido 1968, com certeza teria minha vida devidamente registrada nos arquivos silenciosos da repressão. É...Deus me fez nascer na época certa para que eu vivesse um pouco mais.
Dia desses assisti o retorno de Rambo e Duro de Matar. E me deparei com uma sessão da tarde adocicada de uma lindissima Lagoa Azul e o fantasminha camarada do Patrick Swaze, em Ghost. Descobri que a TPM começou em A Lagoa Azul...nunca vi uma mulher tão chata, mimada, dengosa, neurótica quando menstrua. Revi também, na sessão da tarde, o filme Tudo Por Amor - ao aparecer o personagem de Campbell Scott, um portador de leucemia que fazia quiomioterapia; me recordei que alguém no cinema, naquela época ploc, gritou: Cazuza voltou.
Em tempos de Mulher Melancia e Homens Bananas de Pijama, o nosso Indiana Jones que recentemente bateu recordes nas bilheterias, só me faz lembrar que: O tempo passa, o tempo voa e mesmo com maquiagem o Indi continua lindo. Na contramão de tudo...Batman, coitado, foi detido em Londres por ter batido na mãe e na irmã durante o lançamento de seu mais novo filme. É...não se fazem mais heróis como antigamente. Aliás, Rambinho anda aparecendo nos comerciais tupiniquins. Fiquei na dúvida se era Rambo ou um boneco de cera.
"...Os bons meninos de hoje
Eram os rebeldes da outra estação
O ilustre desconhecido
É o novo ídolo do próximo verão.."
(Titãs, in A Melhor Banda de Todos Os Tempos)
9 comentários:
Pois é amiga.
Nosso tempo era melhor.
bjo,
paola.
Eu não gosto dos anos 80. Ok, acho divertido lembrar das coisas da minha infância mas no geral não gosto, especialmente da música.
Acho que os anos 60 e 70 devem ter sido legais, não no Brasil com a repressão. Até pelo lado sexual, menos liberal do que atualmente mas também sem perder a linha, menos perigoso também sem a AIDS. Até isso de ruim os anos 80 nos trouxeram...
É hoje, heim!!!
Estas décadas, e este ano, tem mágia. Faça os estudos e você verá que havia um alinhamento especial naquele ano. E, as crianças que nasceram em 1968, foram as últimas crianças a terem uma infãncia especial.. não é mesmo colega de 1968.
Beth, ao contrário de você, eu acho que nasci na época errada sim.
Como eu queria ter vivido aqueles tempos, marcados pela força e energia da juventude, o mundo era bem mais bonito e colorido apesar de tudo.
Mas, só me resta mesmo me agarrar ao relatos e livros sobre a época, que corro para lê-los assim que saem do forno, e viajar na lembranças de Zuenir Ventura, Luís Carlos Maciel, Nelson Motta e demais autores que nos narram aqueles tempos inesquecíveis.
verdade...acho que seja porque as gerações seguintes já começam a entrar no mundo virtual...o mental passa a ser descartável...as gerações anteriores registravam as mais atualizadas deletam!
bjs
o MAM - Ba fica no Solar do Unhão conhece? - na avenida contorno e se não estou enganado o unico Engenho da epoca da cana e urbano existente no Brasil!
68? Eu tinha 13 aninhos, mas se tivesse nascido um pouquinho antes, é provavel que hoje não teria minhas filhas, nem estaria aqui escrevendo meus poeminhas e conhecendo outras meninas. Acho que Deus queria me ver mãe, sei lá...
Um beijinho
Paola = cuma ??? Ahhhh...acho que aproveitamos bastante neh?? Uns poucos mais, outros poucos menos.
Murdock = Bem, eu curti muito os anos 80 principalmente na música - é óbvio. Jamais esquecerei os show´s e o quanto fui apaixonada pelo Cazuza antes de saber que ele era gay. Hahahahaha...Mas foi uma época de liberdade pós repressão. Minha mémoria é bem fresca para os anos 70 em diante.
Adão, no seu aniversário ia colocar no posto todas as direções astrológicas, carmicas e coisa e tal para os nascidos em 1968. Houve algo de estranho no ar naquele ano.
Nando, eu acho que nasci na época certa pois com certeza eu teria sido uma revolucionária, teria participado da UNE, ia ser uma das vitimas da ditadura...talvez eu me safasse e conseguisse morar no Chile, em Londres e voltasse com a anistia e fosse uma antropologa, sociológa, escritora, ou tivesse no hospicio. Anos complicados...até pouco tempo...minto...até hoje...meu pai, que é militar, fica ressabiado com longas conversas ao telefone.
Marcelo - uma geração que surta com uma simples pane de orkut?? bem...não tenho muito o que esperar dela neh??? Recentemente fiquei sem celular durante 2 meses e me senti como se nunca tivesse precisado dele.
Não conheço...mas vou conhecer. Fazem uns 5 anos que não vou à Salvador...prometo visitar o MAM assim que retornar à esta terra linda.
Veronica, lembra daquela música: "meu coração é verde, amarelo e branco azul de anil"...pois eu...como nasci em 68...então nos anos 70 eu cantava muito essa musiquinha sem saber que era uma lavagem cerebral do governo no povo.
Beijos galerinha
bom final de semana para vocês !!!
Algumas épocas na cultura deixam um espaço vazio quando acabam. O cinema nunca mais nos dará o brilhantismo mudo de Chaplin ou dos grandes musicais de Astaire. Nunca mais teremos outras Voughan ou Ella sem nenhum recurso de estudio. Cazuza morreu e hoje as transgressões são pensadas antes de serem cantadas.
A nova geração ama Renato sem nunca ter vivido Renado, pois tentam passar através da arte, da moda, dos videos tudo o que foi vivido - É o mal do saudosismo - achar que uma época futura não terá a mesma criatividade e brilho de uma época passada. Nos anos 70 queria ser o Elvis dos anos 60 e ter uma moto igual do James Dean.
Concordo quando dizes que essa geração não tem muito o que mostrar, mas sempre será assim.
beijão gatona
Como sempre atualíssima em matéria de tudo.... Mas um revival retro de vez em quando não faz mal a ninguém !!! Apesar de um pouco enferrujado o Indy será sempre o Indy, o Batman, sempre o Batman, você não falou do novo Coringa???
De Cowboy veado para vilão de primeira linha o cara arrasou !!!!
Agora TPM na LAGOA AZUL ??? Essa foi demais, só você mesmo para aguentar esse filme de novo !!!
Bjs
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