quinta-feira, 5 de junho de 2008

Um suco, alguns biscoitos e um outro ponto...

 

tempo-livre-aprenda-pontos-basicos-trico-460x345-br Já começo dizendo: Mentira...não sei fazer crochê, tricô e nem tenho-os como hobby. Minhas mãos, não são tão pacientes assim. Minha mente funciona a mil por hora e o crochê me limita, me deixa quieta, meio que parada na vida. Mas, admiro muito quando vejo pessoas tricotando ou fazendo crochês, dando vida a linhas. Dia desses, assistindo ao Jô, acho que num reprise de programa, me diverti vendo Marisa Monte tricotando.

Bananal, é uma cidade de SP que faz divisa com o RJ. Faz parte do roteiro da Serra da Bocaina que envolve Cunha, Bananal, São José do Barreiro...entre outras cidades históricas, de grandes fazendas da época do café e economia voltada ao turismo. Em muitas fazendas, ainda se conserva a senzala daquelas épocas.

Nessas três cidades há um espaço muito grande para coisas artesanais. Em São José do Barreiro, são as cachaças e os passarinhos da madeira. Em Cunha, a cerâmica e a cachaça de vários sabores feitas em alambique. Em Bananal, são as roupas e utensilios de barbante. Lembram uma época em que era febre os biquinis de barbante? Então, eles vinham de Bananal. E era muito gostoso ir na cidade e ver àquelas senhorinhas nas janelas tricotando e dando forma aos barbantes. Será que elas sabiam que seu trabalho em mãos calejadas iriam parar nas praias mais famosas do mundo? Agora, fiquei imaginando o quanto a indústria de corpos bronzeados não faturou em cima daquelas senhoras.Tudo o que é artesanal, tem que ser valorizado. As pessoas não imaginam o quanto de bucólico havia por trás daqueles biquinis de barbantes e crochês.

Frequantava Bananal por outros motivos, adorava ir numa fazenda onde há detalhes em ouro na sua arquitetura - Fazenda Resgate, ou então, passar um final de semana no mesmo lugar onde Dom Pedro I passava dias e dias. É bucólico, coisas de interior mesmo...àquele interior onde não se cansa de não fazer nada. E é tão perto do RJ que num piscar de olhos já estava andando pela ruas dessas cidades. A região da Bocaina é logo ali...

Dona Julia já não está entre nós. Tinha 15 anos quando a conheci e ela deveria ter uns 90 anos. Passava longas tardes com ela, aprendendo a tricotar e fazer crochê. Eu a achava uma vizinha tão rabujenta que meu desafio era conviver com ela, aprender com ela. E com ela, fiz meus primeiros pontos e acabei fazendo um paninho daqueles que se colocam em cozinhas, bem como, fazer àqueles detalhes que se colocam em panos de pratos. Dona Julia tinha um papagaio e ela sempre dizia que ele sobreviveria a ela, apesar da idade que já tinha.  Acabei largando o crochê e tricô, não tive paciência para continuar aprendendo sem os ensinamentos de Dona Julia. Acabei deixando na caixinha, as linhas e agulhas meio que perdidas no passado de uma adolescente.

Hoje, fui a um armarinho. E àqueles materiais me trouxeram a lembrança de uma época onde eu fazia quadros de linhas matizadas, crochês e tricôs.

Acho que voltarei a fazer os quadros. Tentarei aprender pontos de cruz...meu sonho é fazer a Santa Ceia em pontos de cruz. Mas, como é dificil encontrar outras "Dona Julia" disponíveis, ensinando na sala de sua casa, entre um suco, alguns biscoitos e um outro ponto.

 

7 comentários:

Anônimo disse...

Eu também não... porém Kátia tem um talento inacreditável para aprender artesanato... porém, é relaxadissima para negócios. Já patrocinei vários projetos dela, mas todos morreram. O último foram aquelas colchas. Lembra-se!

Ela sabe tricotar e também pintar e crochetar...

beijo querida!

Aquele lance do livro, fica para uma conversa reservada no MSN.

Tatá disse...

Que saudades de vir aqui!
Eu também não tenho habilidade alguma, aliás, coordenação motora não tenho pra quase nada. Bordados, pontos, essas coisas cheias de detalhes...aff...tinha loucura pra aprender, mas nunca acertei.
Quando era mais nova, costumava passar as férias escolares na casa da minha avó, e como na família quase todo mundo sabe fazer, vovó ficava nos ensinando...eu sempre chorava, não acertava segurar as agulhas nas mãos, nem nada. Então, ela me passou do ateliê para a cozinha e aprendi muitos dos segredos dela.
Mas espero que um dia eu consiga fazer alguma coisinha...pelos menos bordar alguma toalhinha do meu enxoval!!!

Beijão amore.

Evy disse...

Poxa!
Que diferente maneira de aprender a conviver com alguém que não se gosta!
Parabéns, ótima iniciativa...

Mas fiquei curiosa sobre uma coisa, o papagaio sobreviveu mesmo?

Beijos

Anônimo disse...

Beth, adoro o interior ou sei lá gosto de ser urbano pra ter vontade de ir pro interior...parecem lindos estes lugares...vc conhece a Ilha de Maré ...parece o que vc descreveu...vou procurar saber sobre a Cabana do Juvená e conto prá tí!

bjse bom fds

Anônimo disse...

Beth, você me fez lembar de coisas passadas, você acredita que meu primeiro carro um "Fuska", foi comprado em bananal ????

já fiz a viajem Cunha paraty a pé de jippe, 4x4 e por ai vai o lugar é lindo ... acampei numa cachoeira que tem lá em cima ...

Beijão

Menina do Rio disse...

Pois; eu sou inquieta, mas gost de brincar com as linhas. Mas como sou impaciente, quero ver a coisa pronta na hora e acabo por desistir, mas já fiz umas coisinhas bem legais.

Um beijo

Anônimo disse...

Oi Beth
Valeu pela visita...
Mil beijos!!!