Desde muito pequenininha ela era o xodó de ambas as famílias de seus pais. Afinal, era uma das netas e sobrinhas mais velhas. Por parte da mãe ela era a terceira menina mais velha. Por parte da família do pai era também a terceira, a mais novinha e última menina no meio do clã de cuecas.
Ela tinha treze anos, havia ficado mocinha e cheia de idéias. Chegou para o pai e disse:
- Pai, vou ser mãe solteira.
- O que?
- É pai. Dever ser um barato ser mãe solteira. Sem um cara chato para ficar pentelhando, enchendo o saco. Pô pai, minha mãe não me educou para lavar cueca de marido. Ah! Pai. Você vai no mercado? Traz àquele absorvente para mim? Um dia ainda uso OB.
No dia seguinte ele trouxe da biblioteca do quartel vários livros sobre gravidez na adolescência, camisinhas, anti-concepcionais e folhetos explicativos sobre menstruação, ciclo mentrual e absorventes internos. Ensinou-a a usar, leu com ela; ele tinha que saber controlar aquele ímpeto de liberdade que começava a brotar.
Ela tinha 15 anos e já mostrava ares de lider de turma, o centro da atenções, a menina agregadora de amigos, brigava dentro de casa para poder chegar depois das 22:00 horas e já tinha seus fãs, pois o telefone não parava de tocar. Ela já era possuidora de uma curiosidade assustadora.
- Pai, fumei um cigarro no colégio.
- O que?
- Ah Pai! Você e mamãe fumam. Então posso fumar também.
E no dia seguinte ele trouxe outros livros que falavam do tabaco e das drogas. Mostrou à ela todos os males que poderia acontecer quando colocasse o primeiro cigarro na boca.
Ela tinha 18 anos e viajou sozinha a primeira vez. No ônibus com destino à Recife, conheceu seu primeiro principe encantado. Era um americano lindo e encantador, morava na sua cidade e assim como ela estava viajando para rever parentes no Nordeste. Seu primeiro namorado sério foi acontecer longe dos olhos do papai e mamãe.
- Pai, conhecí um cara no ônibus.
- Meu Deus!
- Pô pai relaxa! Eu não vou transar.
Ela tinha 20 e pouquinhos anos. Trouxe o namorado (futuro noivo) para dentro de casa, afinal, a mãe estava viajando e o pai dormindo. Ele nem iria desconfiar. Estavam liberados para irem além da conta.
toc toc toc
- Abre a porta meu bem, quero falar com você!
- Pô pai, espera um pouco (enquanto isso o mané se escondia debaixo da cama).
- Tudo bem? (ele ria)
- Tudo beleza pai. O que você quer?
Ele olha para o quarto e de repente olha para debaixo da cama (rindo) e diz:
- Rapazinho sai daí. Os dois para a sala já. E foram horas de sermão nos nossos ouvidos.
Ela tinha treze anos, havia ficado mocinha e cheia de idéias. Chegou para o pai e disse:
- Pai, vou ser mãe solteira.
- O que?
- É pai. Dever ser um barato ser mãe solteira. Sem um cara chato para ficar pentelhando, enchendo o saco. Pô pai, minha mãe não me educou para lavar cueca de marido. Ah! Pai. Você vai no mercado? Traz àquele absorvente para mim? Um dia ainda uso OB.
No dia seguinte ele trouxe da biblioteca do quartel vários livros sobre gravidez na adolescência, camisinhas, anti-concepcionais e folhetos explicativos sobre menstruação, ciclo mentrual e absorventes internos. Ensinou-a a usar, leu com ela; ele tinha que saber controlar aquele ímpeto de liberdade que começava a brotar.
Ela tinha 15 anos e já mostrava ares de lider de turma, o centro da atenções, a menina agregadora de amigos, brigava dentro de casa para poder chegar depois das 22:00 horas e já tinha seus fãs, pois o telefone não parava de tocar. Ela já era possuidora de uma curiosidade assustadora.
- Pai, fumei um cigarro no colégio.
- O que?
- Ah Pai! Você e mamãe fumam. Então posso fumar também.
E no dia seguinte ele trouxe outros livros que falavam do tabaco e das drogas. Mostrou à ela todos os males que poderia acontecer quando colocasse o primeiro cigarro na boca.
Ela tinha 18 anos e viajou sozinha a primeira vez. No ônibus com destino à Recife, conheceu seu primeiro principe encantado. Era um americano lindo e encantador, morava na sua cidade e assim como ela estava viajando para rever parentes no Nordeste. Seu primeiro namorado sério foi acontecer longe dos olhos do papai e mamãe.
- Pai, conhecí um cara no ônibus.
- Meu Deus!
- Pô pai relaxa! Eu não vou transar.
Ela tinha 20 e pouquinhos anos. Trouxe o namorado (futuro noivo) para dentro de casa, afinal, a mãe estava viajando e o pai dormindo. Ele nem iria desconfiar. Estavam liberados para irem além da conta.
toc toc toc
- Abre a porta meu bem, quero falar com você!
- Pô pai, espera um pouco (enquanto isso o mané se escondia debaixo da cama).
- Tudo bem? (ele ria)
- Tudo beleza pai. O que você quer?
Ele olha para o quarto e de repente olha para debaixo da cama (rindo) e diz:
- Rapazinho sai daí. Os dois para a sala já. E foram horas de sermão nos nossos ouvidos.
Ainda no alto de seus vinte e poucos anos ela aprontou tudo, fez tudo o que era permitido fazer.
- Pai, vou casar. Pai, não vou mais casar. Pai, perdi a virgindade. Pai, estou fumando. Pai, fumei maconha. Pai, vou morar sozinha. Pai, quero voltar. Pai, passei no vestibular. Pai, larguei a faculdade. Pai, me dá um carro?
- Carro? Agora chega não é mocinha? Tá pensando o que? Vai trabalhar mulher.
E ela trabalhou...afinal, era uma mulher!
- Me dá um dinheiro?
- Para que pai?
- Eu nunca te perguntei quando você me pedia dinheiro
- Toma.
Ela tinha uns 30 e poucos anos. Ela quase que morreu. Ele esqueceu das cervejinhas dele. Ficou triste e cabisbaixo pelos cantos. A sua filha corria risco de vida. Mas o cara lá de cima foi benevolente.
- Pai, vai beber novamente? Mas eu não posso beber com você.
- Vou. Fiz uma promessa que ficaria sem beber até você voltar para casa. Já que você voltou. Vou comemorar com os caras. Tem festa lá na padaria hoje.
- Pô. Sacanagem. Que coisa brega! Festa na padaria e sem a artista principal?
- Fica quieta uma vez na tua vida? Você tem que se recuperar.
Hoje, no alto de seus quase setenta anos ele ainda ri das traquinagens dos filhos. E ainda diz que estamos muito velhos para fazerem merdinhas. O neto e os sobrinhos-netos ficam desesperados com ele a cada chamada que levam. Coloca apelido em todos os sobrinhos e sobrinhos-netos (Aline Bolha Assassina, Yuri peste, Isabelle Sonsa, Yasmim Cinderela Aborrecida, Juliana Cara de Banana, Fabinho Narigudo, Lúcia Gorda, Robson Cabeção, Leandro Cabeçinha... esses são os quais me lembro). Os amigos dos filhos só serão seus amigos se dividirem com ele a bendita cervejinha. Namorados(as) ou esposos(as) têm de ser parceiros dele no copo, nem que seja de refrigerante, caso contrário, ele deleta e faz de conta que nem conhece.
- Pai, o mano vai casar novamente
- Eu não vou.
- Ah! vai
- Porque eu tenho que ir?
- Você vai ficar lindo de fraque.
- Vai ter cerveja? No primeiro casamento só tinha refrigerante.
- Vai pai. A tua futura nora adora entornar o caldo.
- Que nora? Ahhhh...então, eu vou.
Ele veio de família rica que perdeu tudo. Antes dele nascer, o seu pai vendeu todos os seus bens para salvar suas filhas que desenvolveram turbeculose. Ele nasceu na fase ruim da família, foi criado em internato de padre, saiu do internato e foi direto para o quartel e por lá passou 30 anos de vida militar. Saiu de uma clausura para outra. Quando entrou na reserva, se soltou de sua rigidez adquirida durantes os anos de farda. Parece pinto no lixo
Hoje, ele acordou cedo, mais cedo que o Kiko e a Kika (o papagaio que cacareja e a maritaca que late).
- Pai, não esquece o aniversário do Vitor (neto)
- Vai ter cerveja?
- Vai
- Então eu vou.
**********
Meu paizinho não é lindo?
AMANHÃ É DIA DOS PAIS. E TUDO O QUE RELATEI COM CERTEZA NÃO ACONTECEU NO DIA DOS PAIS, NO SEGUNDO DOMINGO DE AGOSTO. PAI QUE É PAI É PAI PARA SEMPRE, EM QUALQUER MOMENTO DE NOSSAS VIDAS, INDEPENDENTE DE SEU ESTADO CIVIL. A CONDIÇÃO DE PAI, DE SER PAI É AD ETERNUM.
FELIZ DIA DOS PAIS!!
PARA OS PAPAIS PRESENTES
PAPAIS AUSENTES POR CAUSA DO TRABALHO
PARA OS PAPAIS QUE ESTÃO EM ESPIRITO ZELANDO POR SEUS REBENTOS
E...
♥
PARA MEU PAI QUERIDO E SEMPRE PRESENTE NA MINHA VIDA MESMO NAS AUSÊNCIAS OBRIGATÓRIAS DE SUA VIDA DE CASERNA! ELE SEMPRE ARRUMOU TEMPO PARA ME AMAR E ME ENSINAR A ENCARAR A VIDA...
12 comentários:
De novo.
Fez cair um cisco em meus olhos... e agora o coitado fica lacrimejando... mas daqui a pouco ele sai... e então deixo de vazar esta aguaceiro pelos cantos dos olhos...
Não estou chorando não. Só foi um cisco.
Lindo texto o seu!!! Fikei muito emocionada...
bj grande e boa semana
ps: parabens a todos os pais!!!
Feliz dia, todos os dias para os nossos pais.
Belas palavras, belo sorriso, o que posso dizer? Deixar-te-ei um beijo todo especial e desejos de uma ótima semana.És uma pessoa muito especial Beth.
Minha amiga querida. Me emocionei ao relatar cada etapa de tua linda vida, pois participei de perto de boa parte dessas estórias com o tio. Como foi engraçado explicar o desmaio e o queixo quebrado depois de fumar um back.
Devemos sempre reverenciar àqueles que realmente são importantes na nossa vida - nossos pais.
Beijão no tio e em todos
Feliz Dia dos Pais todos os dias.
Querida Beth,
esse post deixou-me com um nó na garganta e os olhos marejados! Que sorte a tua...
Pois é, finalmente voltei; entre avaria de internet e 3 semanas de férias, a ausência foi prolongada demais! Fiquei com saudades....
Boa semana.
Bjos
Ah, gostei muito do novo visual do blog! Tá demais!
Bjo.
Nosso que homenagem linda ao Dia dos Daddys ... Me fez até chorar, pai que é pai mesmo, é quase tudo igual, me fez chorar, por estar longe do meu pai ....
Enfim ....Seu Daddy de fato é um fofo! Tudo de bom para vocês !
Beijucas
Ah, até chorei de saudedes do meu... de novo. Mas como ele me ensinou, um dia a saudade fica gostosa. Já ficou!
Beijos!
Lindo esse texto. E que gostosa a sua foto com ele. Beijos
Beth:
Se você não existisse certamente essa vida na blogosfera
seria uma monotonia...
Assim também seria se não existisse
essa galerinha maravilhosa
que te visita...
Adorei o texto!
Parabéns!
Que coisa mais linda menina!
Beijo.
Betty!!!! Que coisa linda essa narrativa, testemunho VIVO meeeeeeeeeeeeesmo do que é ser pai, e do que é ser filha! Parabéns pra vocês dois! Lindo depoimento, histórico perpétuo, amor nos dois. Chorei. Abraço.
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