Tem coisas que só uma cidade do interior proporciona; percepções que não encontram espaço nas grandes cidades.
Dia desses um amigo, do interior de Santa Catarina, me disse que as vezes se perguntava o que fazia no seu interior. E quase que respondo que sempre me perguntava o que fazia na minha capital.
Como é engraçado nos sentirmos, as vezes, exilados de nossas próprias escolhas. Não é um exílio forçado, é claro; apenas, por hora, necessário.
Vou dividir nosso Gonçaves Dias com os visitantes de outras terras. Será que eles entenderão o significado de tão belos versos? Ah! Minha alma interiorana, clama por meu sabiá laranjeira, em um lugar todinho meu, com uma rede preguiçosa prá deitar e em minha volta sinfonia de pardais.
É claro que estou cá pensando em um lugar bem especial. No meu lugar, no meu cantinho, onde ouvirei muitos rocks rurais e terei a certeza dos amigos do peito e nada mais.
The Song of Exile
(Gonçaves Dias)
My homeland has many palm-trees
and the thrush-song fills its air;
no bird here can sing as well
as the birds sing over there
We have fields more full of flowers
and a starrier sky above,
we have woods more full of life
and a life more full of love
Lonely night-time meditations
please me more when I am there;
my homeland has many palm-trees
and the thrush-song fills its air.
Such delights as my land offers
Are not found here nor elsewhere;
lonely night-time meditations
please me more when I am there;
My homeland has many palm-trees
and the thrush-song fills its air.
Don't allow me, God, to die
without getting back to where
I belong, without enjoying
the delights found only there,
without seeing all those palm-trees,
hearing thrush-songs fill the air.
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