(Cooperativa de lavadeiras – Tibau do Sul/RN)
No caminho para a cosmopolita Pipa/RN, o motorista disse: “Quer conhecer a Brastemp ao ar livre?”
Se ele não tivesse percebido meu olhar curioso a tudo que se passava, na velocidade do vento, diante dos meus olhos; talvez não tivesse me perguntado e sequer ouviria de mim um sonoro sim.
Acho que Juarez percebeu, na concentração de sua profissão, de que não fotografo gente sorridente e com dentes. Que gente sorridente e com dentes, são meros coadjuvantes repetitivos de um cenário universal – “É inacreditável como, apesar de toda inteligência proferida, o ser humano se repete”. Juarez, com sua simpatia potiguar, entendeu que capturo vidas e histórias; a vida labutar que chega através de um rio. A história de um rio, que nunca é o mesmo rio, que segue seu curso para matar a sede de um rebanho no distante ranchinho e “se finda” nas mãos da lavadeira.
Por alguns instantes, invejei as lavadeiras de Tibau do Sul…
“…Amassando a massa a mão que amassa a comida
Esculpe, modela e castiga a massa dos homens normais…
…A massa que eu falo é a que passa fome, mãe
A massa que planta a mandioca, mãe…”
(A Massa, Raimundo Sodré)
2 comentários:
Quando viajei pelo N.E recentemente, preferia tirar fotos de certas pessoas e lugares. É mesmo agradável. A visão de mundo que você tem, me faz repetir:
- Dá vontade de estar perto de você!
Então, você passou por aqui, tão perto? A gente não se conhece, mas volta e meia visito teu blog. Sou do Rio, mas moro em Natal há catorze anos. Espero que tenha aproveitado bem a viagem. Agora o calor intenso que fez aqui nos últimos meses cedeu lugar a uma chuvinha.
Beijo
Postar um comentário