sábado, 1 de agosto de 2009

Cadê Você?

 

Calma. Não quero saber por onde andam os queridos blogueros que andam sumidos. Na verdade, sou da corrente minoritária que acredita num mundo muito além dos muros virtuais. Quanto menos eu precisar sentar minha derrière na cadeira e ficar alimentando minha tendinite, melhor para mim e minha cervical também agradece.

Recentemente li num portal de notícias  que um blog foi criado por amigos ou  familiares dos policiais que estão sendo acusados do desaparecimento e morte da engenheira  Patricia Franco. Fui lá, vi, li e conferi. Eles procuram, de alguma forma, arrumar uma outra explicação para o “aparentemente óbvio” e que pode não ser tão “aparentemente óbvio”.  Eles questionam o procedimento investigatório e da polícia técnica.  E particularmente, não vejo nada demais familiares ou amigos tentarem provar a inocência dos acusados. Até porque não temos, em nossa polícia técnica os famosos CSI´s, Medical Detectives ou os agentes do Criminal Minds; e, a familia deve correr atrás se acredita que houve falhas na investigação; contratar peritos particulares – é um caminho. Além do mais, os anais da justiça criminal já demonstrou tanta injustiça e tanta lacunas não preenchidas sob o prisma do clamor público que meu desconfiômetro sempre fica ligado. Não sei se os policiais são realmente culpados, mas creio ser direito da familia/amigos dos acusados manterem um espaço, divulgar sua tese e tentarem provar a inocência deles.

Na verdade, ando mais preocupada com as balas de fuzis que são capazes de furar um carro blindado e que andam entrando no Rio de Janeiro; e numa coincidência incrivel, na mesma semana chefes do tráfico estavam prestes em retornar a sua terra natal num ping-pong de vai ou fica? Enquanto a midia divulga que mais de duas mil balas foram apreendidas, outras milhares já entraram na cidade. Aliás, alguém duvida que àquela moça que foi presa ao portar uma mala carregada de fuzis era apenas uma bucha para distrair a atenção da quantidade real que está entrando?

Esse caso de Patricia, desde o inicio, me pareceu muito estranho; o local do acidente/desaparecimento não é um local ermo. Por ali existem residências, restaurantes carérrimos, terminal de ônibus, pessoas que madrugam para caminhar na praia e ver o sol nascer no quebra-mar, aldeia de pescadores, marina e uma bela placa onde se lê: “Sorria, você está na Barra” (ou coisa parecida). Fora isso, um carro caindo de uma certa altura, não é coisa inaudível.

Mas enquanto muitos silenciam, uns defendem e outros acusam; várias perguntas continuam sem respostas. E como não sou muito fã de Direito Penal…continuo com as perguntas sem respostas.

Cadê Patricia Franco?

Cadê Priscilla Belfort?

Cadê os meninos de Acari?

Cadê Carlinhos Ramires? (famoso caso dos anos 70)

Cadê o Anderson?

Quem é Anderson? Ele foi um amigo meu da adolescência que desapareceu após se envolver com a mulher errada – era mulher de policial.  Até hoje o corpo de Anderson não foi localizado, a familia acabou, a mãe dele pirou, a esposa casou novamente. E lá se vão mais de 15 anos. Os policiais foram julgados e condenados. E como o destino é incrivel, meu antigo professor de Direito Penal, foi advogado dos policiais acusados do desaparecimento de Anderson. Assisti ao Juri – como aluna. Mas, no caso do Anderson, várias pessoas serviram de testemunhas e os policiais puderam ser identificados. E como eu sempre digo: até os diabos precisam de advogado, desde que pague os honorários – é claro – não aceitamos almas como forma de pagamento!

 

7 comentários:

adaobraga disse...

Calma. Não quero saber por onde andam os queridos blogueros que andam sumidos. Na verdade, sou da corrente minoritária que acredita num mundo muito além dos muros virtuais.

Natalia disse...

Aqui no rj a gente anda com medo da policia e de bandido. Mas que proteção a policia ou a justiça fornece as testemunhas oculares de um crime?
Caso Carlinhos? Foi longe heim?
bjs

Paulo Tamburro disse...

BETH, NÃO ADIANTA NÓS FICARMOS ENXUGANDO GÊLO.È NECESSÁRIO UMA URGENTE REVISÃO EM DOIS PONTOS DECISIVOS DA JURISPRUDÊNCIA DESTE PAÍS:

- ACABAR COM ESTE EXCESSO DE RECURSOS JUDICIÁRIOS À DISPOSIÇÃO QUE TORNAM OS PROCESSOS INTERMINÁVES E DAÍ A IMPUNIDADE.

-PAGAR UMM SALÁRIO DIGNO AO POLICIAL QUE VAI MORRER POR NÓS NA RUA.

APROVEITO PARA COMUNICÁ-LA QUE JÁ ESTÁ NO AR MEU NOVO BLOG: "COMO ERA FÁCIL FAZER SEXO"

DESCULPE A CAIXA ALTA.

UM BEIJO!

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Anônimo disse...

Beth, o seu texto envolve vários embates interessantes. O que muito me assusta e me deixa indignado é a omissão governamental em relação a entrada de armas e drogas no Estado. Você lembrou muitissimo bem; aquela moça que foi presa serviu como bucha para desviar atenção das autoridades para uma carga muito maior. A violência no Estado tem sido constantemente alimentada pelo fornecimento de armas e drogas. E a sociedade tem que cobrar uma postura com resultados.
Temos que investir na nossa policia investigativa dando condições de salário e dignidade humana aos nossos policiais. Temos que equipar e agilizar a nossa pericia. Temos que ser agéis a nivel judiciário para que impunidades e lacunas não mais existam.
Varias familias são constantementes destruidas diariamente por causa do desaparecimento de seus entes queridos. Muitos casos sequer chegam ao conhecimento da população. A sociedade tem que se unir não só para defender os seus familiares. No caso Patricia Franco cada familiar, de cada parte está lutando por justiça. Mas a sociedade tem que se unir para cobrar e colocar um ponto final.
Um abraço
Amaro

Anna Bueno disse...

Não dá para entender esse RJ em que vivemos e com relação aos advogados, sou bacharel em Direito, acho que, como todo profissional, deve ganhar muito bem pelo que faz, mas deve ter em mente sempre a ética no exercício da profissão.
Beijos!!!

Marcos disse...

Dizem na faculdade que somos apaixonados pelo Direito Penal mas, por falta de coragem, acabamos nos casando com o Direito Civil. E é por isso que discordo da Ana. Todos tem direito de acesso à justiça e quem não tem condições de pagar um advogado então que constitua um defensor público, mas não pode ser negado a defesa para ninguém seja ele um homicida, um estuprador, um estelionatário. E isso não se confunde com ausência de ética. Falta de ética e rasgar o nosso estatuto e não dar assistência ou orientar a quem nos procura.
O Rio de Janeiro está vivendo uma serissima crise de identidade no que se refere a segurança pública, mas como o Paulo falou acima isso se deve a desvalorização de nossa policia, investimentos efetivos e excesso de recursos que tornam o judiciário lento e moroso no quesito justiça. E uma reforma urgente no nosso CP.

Telma disse...

Oi Beth, alguns dias sem passar por aqui, vim ler as novidades. Um óptimo dia para ti. Beijinhos