quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

“Se podes olhar, vê. Se podes ver, repara”.

O titulo do post é uma citação de José Saramago, encontrada em seu livro Ensaio sobre a Cegueira. Que aliás é uma frase perfeita, um “chamamento” à realidade.

Fazendo faxina nos meus alfarrábios virtuais, achei esse texto do Professor Ives Gandra, e que me foi enviado  pela super Julie, do Poeiras ao Vento. Ela disse: É a sua praia.

Talvez não seja a minha praia, mas sim a embarcação que comando usando meu tapa-olho de pirata diante das  certezas de que, no meu mar  mameluquês,   é mais fácil usar os argumentos de cor, raça, sexo  e credo…do que assumir a incompetência de legislar, governar e dar condições reais “com a mão na enxada” para que todos possam buscar, de forma isonômica, as mesmas condições, oportunidades e espaço  que poucos possuem.

É fácil criar leis para que todos entrem na Universidade. Dificil, é estar preparado para entrar nela e nela se manter, comprar livros, participar de congressos, optar entre o estudar em horário integral  e o pão nosso de cada dia. Dificil é ser  o “diferencial” em um mercado competitivo; um mercado que te diz o tempo todo que, ser apenas e tão somente “nivel superior”, só te dá o direito de ter uma cela especial.

É fácil dar terra para quem quer terra. Dificil é gerenciar, administrar essa terra. “Isso me fez recordar a legião de MST´s que encontrei entre o sul da Bahia e o Espirito Santo…uma legião acampada, em terras, visivelmente produtivas”. Mas que estão lá…esperando sob suas tendas armadas e sua bandeira balançando ao vento.

E, com meu tapa-olho de pirata, ainda me rendo as páginas telúricas de Caras sem me preocupar em que “casta” meu sangue mameluco se encontra.

 

VOCE É BRANCO?

CUIDE-SE!!!

Hoje, tenho eu a impressão de que o "cidadão comum e branco" é agressivamente discriminado pelas autoridades e pela legislação infraconstitucional, a favor de outros cidadãos, desde que sejam  índios, afrodescendentes, homossexuais ou se auto-declarem  pertencentes a minorias submetidas a possíveis preconceitos.

Assim é que, se um branco, um índio e um afrodescendente tiverem a mesma nota em um vestibular, pouco acima da linha de corte para ingresso nas Universidades e as vagas forem limitadas, o branco será excluído, de imediato, a favor de um deles! Em igualdade de condições, o branco é um cidadão inferior e deve ser discriminado, apesar da Lei Maior.

Os índios, que, pela Constituição (art. 231), só deveriam ter direito às terras que ocupassem em 5 de outubro de 1988, por lei  infraconstitucional passaram a ter direito a terras que ocuparam no passado. Menos de meio milhão de índios brasileiros - não contando os argentinos, bolivianos, paraguaios, uruguaios que pretendem ser beneficiados também - passaram a ser donos de 15% do território  nacional, enquanto os outros 185 milhões de habitantes dispõem apenas de 85% dele. Nesta exegese equivocada da Lei Suprema, todos os brasileiros não-índios foram discriminados.

Aos 'quilombolas', que deveriam ser apenas os descendentes dos participantes de quilombos, e não  os afrodescendentes, em geral, que vivem em torno daquelas antigas comunidades,  tem sido destinada, também, parcela de território consideravelmente maior do que a Constituição permite (art. 68 ADCT), em clara discriminação ao cidadão que não se enquadra nesse conceito.

Os homossexuais obtiveram, do Presidente Lula, Marta Suplicy e da Ministra Dilma  Roussef, o direito de ter um congresso financiado por dinheiro público, para realçar as suas tendências, algo que um cidadão comum jamais conseguiria!

Os invasores de terras, que violentam, diariamente, a Constituição, vão passar a ter aposentadoria, num  reconhecimento explícito de que o governo considera, mais que legítima, meritória a conduta consistente  em agredir o direito. Trata-se de clara discriminação em relação ao cidadão comum, desempregado, que não tem este 'privilégio', porque  cumpre a lei.

Desertores, assaltantes de bancos e assassinos, que, no passado, participaram da guerrilha, garantem a seus descendentes polpudas indenizações, pagas pelos contribuintes brasileiros. Está, hoje, em torno de 4 bilhões de reais o que é retirado dos pagadores de tributos para 'ressarcir' àqueles que resolveram pegar em armas contra o governo militar ou se disseram perseguidos.

E são tantas as discriminações, que é de se perguntar: de
que vale o inciso IV do art. 3º da Lei Suprema?

Como modesto advogado, cidadão comum e branco, sinto-me discriminado e cada vez com menos espaço, nesta terra de castas e privilégios.

(*Ives Gandra da Silva Martins é renomado professor emérito das universidades  Mackenzie e UNIFMU e da Escola de Comando e Estado do Exército e presidente do Conselho de Estudos Jurídicos da Federação do Comércio do Estado de São Paulo ).

6 comentários:

Anônimo disse...

Eu já dizia.
Eu já sabia.
Eu já esperava.
E o meu pessimismo diz que vai piorar. O meu cataclismismo, diz que o tempo vai fechar. O meu apocalipsismo me avisa para estar preparado para novas revelações.
Contagem Regressiva. Faltam 02 dias para o 07

Anônimo disse...

Adão...acho que vc está com Sindrome do Pânico. :) :) :)

Beijocas

Fernanda disse...

Eu estou como o Adão...ainda serei perseguida por ser branca, crente em Deus e heterossexual!
É isso, os valores estão a inverter-se, não é síndroma de pânico, só não vê quem não quer.

Bjos

Anônimo disse...

Fernanda, tô brincando com o Adão que é meio cataclisma. Mas eu gostei muito da posição corajosa do Prof. Ives Gandra, a quem, por sinal, reverencio pois é um grande constitucionalista.

Beijos
Saudades de tu heim ???

Ela disse...

Eu concordo em gênero, número e grau.

Ja senti na pele discriminação em Brasília, num congresso de Educação, por ser branca e do sul do Brasil.

Fico pensando...
Onde vamos parar com isto.
que tipo de igualdade é esta.
quando uns se sobrepõee aos outros...
e não me venham com este papo de hidtóricamente excluídos.

uiaaaaaaaaaaaa

POEIRAS AO VENTO disse...

Gostei muito do texto. Eu sou aquela visitante tardiaaaa, mas adoro ler de tudo.

Um acrescimo: quando os indios dizem que vao fazer e fazem algo que atinja o governo, ELES (o governo) logo resolve. cede et ceteras. Está na hora de nós brancos, negros e afins, fazer igual. Onde está mesmo a igualdade? Tudo se perdeu.
Tenho lido Hans Kelsen, vou fazer direito, para alegria de poucos (mami), so por isso. Nao é minha praia.
Bjsssss lindona