terça-feira, 15 de abril de 2008

O pulso, ainda pulsa

Me mato todos os dias um pouco. Ora é a péssima alimentação, até mesmo dos produtos naturais. Ora, é o cigarro - vicio nojento esse. Ora, é o stress...normal de um dia-a-dia produtivo. Ora, é o remédio que dizem ser necessário para combater meus males. Mas, tudo isso suporto, sobrevivo, pois a maioria são males oriundos de minhas escolhas por um modo de vida nem tão saudável assim.

O que não suporto mais é me matar aos poucos, por culpa dos outros, usando repelentes e inseticidas que intoxicam meu organismo e me causam alergias que nunca tive.  Ontem, comentei numa reunião de amigos: Estamos nos matando, nos envenenando, para nos livrarmos de um bichinho voador.

Combatemos as pragas urbanas, a omissão do Estado, o relaxamento de uns e outros, nos matando em dose homeopática duas a três vezes por dia. Estamos nos envenenando. E se meu figado e pulmão não suportar mais tanta droga que ingiro, expiro e inspiro? Não me basta a poluição ambiental para ter a certeza de que a cigana se enganou ao ler minha longevidade na linha de minhas mãos?

Parem de desmatar, respeitem a natureza, catem e protejam seus próprios lixos, seus bueiros, ralos, piscinas e vasinhos de plantas que, com certeza, essas pragas serão disseminadas e algumas voltarão ao seu habitat natural, a floresta.

Imagine se o povo, o pobre-coitado do povo, àquele que não é formador de opinião, que não lê dois jornais por dia, não assina revista semanal, não vê noticiário na internet e nem sabe o que é internet souber que o tipo 4 da dengue já se encontra na fronteira e, se chegar aos grandes centros urbanos causará o caos numa epidemia de dengue hemorrágica. Mas, falta de aviso não foi. Mas, quem avisou mesmo?

Coitado do povo que precisa se sentir ameaçado por um mosquito para que saiba a importância de se doar sangue. Coitada de mim que me enveno um cadinho a cada dia que passa e tento sobreviver com meus espirros ao que jogo no ar e sobre a minha pele. Só não sei se sobrevivo ao que sai da boca do homem...mas, eu tento. Sempre tentarei sobreviver aos adoradores da deusa hipocrisia.

 

 

 

2 comentários:

Anônimo disse...

Morrer não é o problema. O Problema é como se tem morrido, e minha tese ainda continua a mesma:

- São eles quem fazem isto porque tá muito complicado e dificil este mundão com tantos bilhões de habitantes, deve-se matar uns milhões, educar os casais a não terem filhos, e homologar logo as leis de casamento gay porque casamento gay também é controle de natalidade! he he he

Tatá disse...

A situação no nosso mundo hoje é caótica.
Remédios, químicas, doenças, pragas, calamidades...um verdadeiro caos. Assim vamos nos consumindo e nos matando, sem percebermos. Triste essa situação da dengue...que ponto se chegou. Mas, fico na torcida para que isso logo se acalme e menos desgraças aconteçam.
Acho que devemos pensar um pouco como Nietzsche: "É preciso ter um caos dentro de si para gerar uma estrela."
quem sabe não seja essa nossa salvação?

Beijos, amore!