Estava procurando algo para realmente iniciar meus textos após findado o meu recesso aqui no blog. Por enquanto só postei o pagamento de todas as minhas dividas.
O texto abaixo foi escrito em 2004 por uma amiga wiccana que conheci em São Tomé das Letras/MG.
Ontem, estava muito chateada por achar que havia perdido o e-mail de Cynthia, cheguei inclusive a ligar para a pousada onde ela se hospedou para deixar meu telefone.
Hoje, no entanto, acho o bendito papel com o e-mail dela, localizo o site da loja dela, o orkut dela e o msn dela - tudo ao mesmo tempo. Nos reencontramos. Definitivamente, as pessoas não se encontram ou se reencontram a toa.
De nihilo nihil
(Lucrécio)
(Lucrécio)
Cynthia - você é luz.
É casulo e borboleta.
"Durante nossa existência, tecemos teias, formando casulos, seja por vontade própria, ou por condicionamento. Sentimo-nos protegidos, seguros, mas, vez por outra, o emaranhado de fios ao nosso redor sufoca e desespera. É a borboleta que quer voar. Sentimos um desejo enorme de transformação e queremos libertá-la. É preciso que chegue um dia de catarse para romper o casulo, sagrar-se com espadas, com incisivas ações de um guerreiro. Depois é só alçar os ares, sentir o vento cálido da liberdade acariciar a face, mergulhar no desconhecido e contemplar o perigo. Porém o medo é perturbante. O que a aventura pelos ares pode nos trazer é um pensamento perseguidor, pois queremos saber o que vem depois do abismo. Muitos querem desesperadamente ser borboletas, sentir a adrenalina produzida pelos riscos iminentes. Contudo, a borboleta vive regida pelas leis da natureza, submetida aos imprevistos e surpresas dos ciclos de vida e morte, de chuva e sol, da caça e do caçador. Nem todos saem ilesos. Muitos perdem suas asas, outros nem sobrevivem. Porém, para o vitorioso, logo que os ares e a liberdade tornarem-se uma rotina, a sua borboleta buscará um lugar para pousar e, com certeza, para tecer um novo casulo. Essa metáfora faz perceber que cada um de nós já ficou em dúvida entre a segurança e a liberdade. É uma grande incerteza humana: ser o casulo ou a borboleta? Ficar em terra firme ou viver no intempestivo mar dos desejos? Ser a suave razão ou ouvir o desatino do coração? Ambas as opções são excitantes, cada uma por seus ricos atributos. O mais sensato é ser casulo e borboleta. Entretanto para viver de maneira biforme é preciso equilíbrio. Pois para se lançar ao abismo e ser a borboleta é necessário responsabilidade, ter uma base forte na realidade, conhecer as limitações pessoais e reconhecer até aonde dá para voar. Por outro lado, não se pode viver com medo da liberdade, esquivando-se do que vem após o pôr-do-sol, sem usufruir o que a infinita escuridão tem a nos ofertar. Nem fechar-se eternamente em casulos encastelados, protegido das ações externas e incapaz de sair de suas imediações, somente por segurança. Isso é fingir estar vivo. Contudo, viver o casulo e a borboleta ambiguamente não é tarefa fácil. Faz parte dos desafios do labirinto da vida aonde fomos deixados. É saber o momento de forjar as armas e de recolhê-las para aguardar outra ocasião oportuna, é reconhecer quando exatamente deve ser a transmutação entre um ser encapsulado e o outro libertário."
(Cynthia M. Melo)
5 comentários:
Casulo ou borboleta? Eu? Ui, acho que cada hora sou um... Pode swer?
Que bom que voltou!
Beijos, queridíssima!!!
Também fiquei felicíssima de ter voltado Ana Paula Muuuuu.
Mas acho que o objetivo do texto era esse mesmo. Sermos o equilibrio entre casulo e borboleta, nem mais e nem menos, a dosagem certa.
Também sou assim...aprendendo a ser assim .... reaprendendo a ser assim.
Beijos vaquissima
amo-te
um texto intrigante, somos ou seremos casulos. iremos ou não virar boboletas? (se bem que eu como membro identificado do contigente masculino acho isso de viorar borboleta meio gay mas enfim)
Bom te ler de novo e morte hoerrenda e funesta aos memes.
Lindo mesmo esse texto!
Parabéns pela escolha!
Beijo!
Rayol = acho vc tão engraçado. Só penso se conseguirás tirar de mim gargalhadas ao vivo e a cores.
Oscar = você também tem ótimas escolhas. Acho lindo teus espaços.
bjs nos dois
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