Não vou ser tão extensiva sobre o tema, até porque acho que a Fernanda (a menina que é muito mulher, mãe e muito mais mesmo) o fez muitíssimo bem. Mas perguntei à Fê se poderia transcrever o texto dela assim que voltasse do meu recesso e ela permitiu, pois o objetivo não é ficar com lamurias ou ficar de blá blá blás, mas tão somente divulgar tais práticas para que o mundo acorde para o problema de muitas mulheres e meninas que sequer possuem ou irão possuir a oportunidade de falar sobre calcinhas, sutiens, trepadas mal dadas, amor, desamor, encontros, reecontros. Talvez nunca tenham a oportunidade sequer de abrir a boca. Talvez sejam proibidas até mesmo de pensar. Talvez não tenham tempo para mais nada, a não ser sangrar.
Ainda me choca, mesmo sabendo dessa prática usual em alguma culturas e povos. Mais do que essa transgressão física que é por demais chocante à minha compreensão é saber que muitas são vitimadas por causa dessas práticas absurdas, porém normalissimas entre os seus pares, sua cultura.
Em alguns países a menina tem seu clitóris mutilado de forma muitas vezes não cirúrgica, em outros, como bem cita a Fernanda, os seios são repassados; tudo isso para que tão somente não sinta prazer sexual. Fiz uma pesquisa rápida e descobri que atualmente cerca de 120 a 130 milhões de meninas no mundo sofrem esse tipo de violência em 16 países diferentes; em sua grande maioria, nos países africanos e asiáticos.
Àquelas que sobrevivem à essas práticas acabam dando continuidade às mesmas em suas filhas. Então, mais do que uma violência física e, dor física uma hora passa, haverá também e sempre a violência psicologica e moral. Um choro sufocado, um grito silencioso.
Para quem quiser conhecer mais sobre o tema, achei um link bem interessante no site da UNB (Universidade de Brasília): As Mutilações Femininas: Estado Atual na Africa.
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Quem é o Responsável?
Por Fernanda
Ainda me choca, mesmo sabendo dessa prática usual em alguma culturas e povos. Mais do que essa transgressão física que é por demais chocante à minha compreensão é saber que muitas são vitimadas por causa dessas práticas absurdas, porém normalissimas entre os seus pares, sua cultura.
Em alguns países a menina tem seu clitóris mutilado de forma muitas vezes não cirúrgica, em outros, como bem cita a Fernanda, os seios são repassados; tudo isso para que tão somente não sinta prazer sexual. Fiz uma pesquisa rápida e descobri que atualmente cerca de 120 a 130 milhões de meninas no mundo sofrem esse tipo de violência em 16 países diferentes; em sua grande maioria, nos países africanos e asiáticos.
Àquelas que sobrevivem à essas práticas acabam dando continuidade às mesmas em suas filhas. Então, mais do que uma violência física e, dor física uma hora passa, haverá também e sempre a violência psicologica e moral. Um choro sufocado, um grito silencioso.
O que posso fazer? Não sei...me sinto impotente dentro de um sistema cultural que não é o meu. Quem sabe pensar, escrever, divulgar não ajude a salvar vidas? Só sei que não tenho tempo a perder batendo palma para maluco dançar com seus eternos dós pessoais. Plantar um milhão de árvores de uma vez só não dá, mas cuidar da semente de uma árvore é possível.
Para quem quiser conhecer mais sobre o tema, achei um link bem interessante no site da UNB (Universidade de Brasília): As Mutilações Femininas: Estado Atual na Africa.
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Quem é o Responsável?
Por Fernanda
Quando eu já penso que li tudo ou ouvi tudo sobre formas de repressão da mulher tomo conhecimento de mais alguma! Não pensei que ainda restassem segredos sobre o assunto, afinal há. No Camarão existe um costume que se transmite secretamente: na puberdade os seios das meninas são”repassados”, com a ajuda de uma espátula ou pedra aquecida, até que desapareçam! Uma em cada 4 raparigas será vítima desta prática bárbara que lhes pretende retardar a sexualidade. A explosão das gravidezes precoces incita as mães e avós a utilizar este processo. Ao invés de as educar informando-as sobre a sexualidade e dizer-lhes que nenhum homem tem o direito de lhes tocar, mutilam-nas. Contra os homens não é tomada alguma medida, pois é aceite que eles apenas desempenham o papel deles. É mesmo muito comum que na Primária o professor repare na menina mais precoce, comece a cercá-la, e mesmo que ela recuse( é inútil ), ele acaba por conseguir abusar dela e quando engravida é expulsa da escola!
Felizmente, um grupo de mulheres começa a combater este costume, e a divulgar nas escolas as informações necessárias para que as raparigas se protejam. Algumas destas mulheres, elas próprias vítima desta prática, acusam:” É o nosso próprio estatuto de mulher que as nossas mães pisam”.
É lamentável a quantidade de práticas inventadas pelo mundo afora que visam mutilar e destruir a mulher, sobretudo na entrada da idade adulta. Contrariamente, para os homens os rituais de passagem para a vida adulta visam aumentar-lhes a auto-estima, a confiança, enfim, a promoção do seu próprio género!
Mas afinal, quem “inventa” as práticas bárbaras que mutilam e humilham a mulher?!
(post inspirado por Marie Claire, edição francesa de Setembro2007)
Felizmente, um grupo de mulheres começa a combater este costume, e a divulgar nas escolas as informações necessárias para que as raparigas se protejam. Algumas destas mulheres, elas próprias vítima desta prática, acusam:” É o nosso próprio estatuto de mulher que as nossas mães pisam”.
É lamentável a quantidade de práticas inventadas pelo mundo afora que visam mutilar e destruir a mulher, sobretudo na entrada da idade adulta. Contrariamente, para os homens os rituais de passagem para a vida adulta visam aumentar-lhes a auto-estima, a confiança, enfim, a promoção do seu próprio género!
Mas afinal, quem “inventa” as práticas bárbaras que mutilam e humilham a mulher?!
(post inspirado por Marie Claire, edição francesa de Setembro2007)
4 comentários:
Minha querida Beth, é verdade que esses horrores todos que descreves acontecem longe de nós, noutras culturas e países e portanto muitos acrditarão que nada poderemos fazer para ajudar. Felizmente, nós pensamos diferente; só através do conhecimento se podem pressionar governos, mudar mentalidades e ensinar o respeito pelo ser humano. A dignidade humana deve ser um valor universal e se a voz de quem grita no coração é silenciada, como dizes, então deveremos ser nós a gritar por nossas irmãs.
Beijo grande!
P.S. Beth, obrigada pelo selinho e sobretudo, obrigada pelo teu carinho!;)
Que horror beth, e pensar que vivemos em um mundo "civilizado", e ainda há essas barbaridades. Faz muito bem em divulgar, pois eu não sabia que isso ocorria nesses países.
mudando de assunto deixei um meme para você em meu blog. bjs
eita ... cda cultura dirferente rs...
Pois é Fernanda e Luciana, no fundo, tenho pena de nós mesmos !!!
Vini e você ainda não viu nada, nem sei se é bom ver ou saber. É tão nojento ter a certeza de que essas coisas ainda acontecem.
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